sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Dimensão internacional do Escutismo

Desde o momento da formação do Movimento que Baden-Powell teve consciência das potencialidades que o mesmo teria a nível internacional. De facto, já em 1911 B.-P. escrevia na revista "Scouter":

" Os diferentes países - 12 ao todo (N.do T., os países que, à data tinham adoptado o Escutismo) que adoptaram o Escutismo para os seus rapazes estão agora a formar uma aliança de amizade connosco de modo a praticar uma troca de ideias, correspondência e visitas e, assim, promover um sentimento de simpatia entre as gerações futuras.

A paz internacional só pode ser alcançada se for construida num único alicerce: o do desejo de Paz por parte das pessoas com uma força tal que os seus Governos se vejam forçados a agir dessa forma. Se o preço de um navio de guerra fosse disponibilizado para que pudessemos desenvolver este espírito de amizade e camaradagem internacional, acredito que os Escuteiros pudessem fazer mais pela Paz internacional que todos os navios de guerra juntos".

Um pouco mais tarde, B.-P. escrevia: "Mas, acima de tudo, os espíritos de camaradagem internacional e de boa-vontade que são cultivados nestes campos (N. do T. - Jamborees) já se estão a tornar numa força a nível mundial, algo que, há dez anos atrás, ninguém poderia prever".

Setembro 1932



O CNE, a nível da sua Secretaria Internacional tem vindo a desenvolver uma política de incentivo à realização de actividades internacionais, quer seja através de uma série de oportunidades, quer seja através da criação da figura do Interlocutor Internacional (II).
Tal como em muitas outras áreas, parece-me que o principal problema reside a nível local. Se a informação (ou melhor, a motivação!) não chega ao Agrupamento, dificilmente se conseguirão resultados abrangentes. Como fazer ver a importância e abrangência de uma actividade internacional a alguém que viva "preso" dentro das "paredes" de um Agrupamento?
Concedo que a figura de Interlocutor ainda é muito recente para ter dado frutos... mas será suficiente? Por onde deverão passar as próximas iniciativas?
Na minha opinião teríamos muito a ganhar se se trabalhasse no sentido de:
- Tornar os processos mais rápidos;
- Diminuir distâncias entre a Secretaria Internacional e as Secções;
- Sensibilizar directamente os principais interessados (os elementos);
Como exemplo do que me parece uma boa prática, gostaria de referir a presença da Secretaria Internacional junto do Acampamento do Núcleo Centro Norte (ACACENORTE), durante um fim-de-semana. Sem dúvida proveitoso e de incentivar!
Se B.-P. já o referia no início, neste momento, em que vivemos num tempo de globalização e comunicação parece-me que, cada vez mais, o Escutismo terá tendência a criar pontes entre os diferentes países...

Sem comentários: