domingo, 30 de agosto de 2009

Oficina do Mocho - Jogos

Quando nos encontramos a liderar um grupo de pessoas é essencial criar um espírito de grupo. Isto poderá ser mais ou menos difícil dependendo do tipo de pessoas que o compõem. No entanto, este espírito pode ser trabalhado ou melhorado com alguns recursos simples (tais como jogos)!
O jogo desta rubrica intitula-se "Medo num chapéu" e é um pequeno exercício de psicologia de grupos que pode ser utilizado em várias situações.
Medo num Chapéu
- Devemos criar um ambiente apropriado (calmo, atento, sério)
- Este ambiente pode ser criado através da introdução do que é o medo, como é normal e natural, como todos o experimentam de um modo diferente, ansiedades, preocupações, etc.
- Pede-se a todos (incluindo os que estão a gerir o jogo) que completem (anonimamente) a frase que está escrita num papel: "Nesta viagem/grupo/actividade, eu estou com medo/receio de ......" ou então "Nesta viagem/grupo/actividade, a pior coisa que me poderia acontecer era....."
- Recolhem-se os papeis, misturam-se todos e convida-se cada pessoa a retirar um pedaço de papel e ler acerca dos medos das pessoas.
- Um por um, cada membro do grupo lê o medo dos outros e elabora um pouco sobre o que pensa que a pessoa que escreveu o papel está a sentir em relação ao medo. Não é suposto haver comentários dos outros membros do grupo. É suposto ouvir e passar ao próximo.
- Se o leitor não elaborar muito, a pessoa que está a conduzir o jogo pode fazer-lhe uma ou duas perguntas. O "condutor" deve evitar a sensação de mostrar qual a sua opinião acerca do medo, a não ser que o leitor o esteja a desrespeitar completamente ou a não entender o medo em questão.
- Quando todos os medos tiverem sido discutidos, abre-se a discussão ao grupo, elaborando-se sobre o que cada um pensou ou sentiu.
Pequenas variações:
- Gostos e antipatias (em 2 chapéus separados)
- Preocupações
- Queixas/chatices
- Desejos
- Momentos favoritos
Este tipo de jogos é ideal para criar um espírito de grupo e as variações fazem com que seja possível trabalhar vários aspectos diferentes.

Oficina do Mocho - Plantas e árvores (Borragem)

Hoje chegou a vez de tratar da Borragem (Borago officinalis L.). Esta planta encontra-se disseminada por todo o território nacional durante todo o ano. As partes utilizadas são as folhas e as flores. As flores são azuis, com 5 pétalas em forma de estrela unidas entre si. O caule parece estar coberto por uns pêlos minúsculos e as folhas são rugosas.




A erva fresca tem um cheiro parecido com o pepino. Quando colocada na água, dá-lhe uma certa frescura e um ligeiro travo a pepino. Se misturada com limão e açúcar no vinho, pode ser bebida como uma bebida refrescante de Verão. Antigamente, as flores eram usadas em misturas com açúcar e água aquecidas para serem usadas como doces ou compotas. Esta mistura era dada a pessoas que estivessem enfraquecidas por doenças prolongadas.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Para onde vai o CNE?

O Escutismo continua ser um local de educação/formação de excelência... Sendo assim, porque é que não se verifica uma dinâmica de crescimento mais acelerado do Movimento?
Segundo o site da agência Ecclesia: "O CNE tem uma taxa de penetração média, em Portugal (quantidade de escuteiros relativamente à população alvo, isto é dos 6 aos 22 anos) próxima dos 3%. As Regiões dos Açores e de Braga têm uma taxa de penetração de cerca de 5%. Há, porém, outras Regiões onde a taxa de penetração se fica por cerca de 1%".


                                       


Ou seja, apesar de o CNE ser a maior organização juvenil de Portugal,  a quantidade de jovens que fazem parte do Movimento representa ainda uma percentagem muito baixa da população-alvo.
Lógico que o Movimento só pode crescer à medida do interesse dos jovens e do número de Dirigentes disponíveis. Mas...
Será que já estamos no limite? Ou poderíamos crescer um pouco mais?
Será nestas alturas que a tal estratégia de comunicação poderá contribuir?
Sugestões precisam-se! 

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Jornal de Parede - Vamos celebrar o nosso patrono!

O CNE, através do seu Assistente Nacional, está a promover uma celebração de Acção de Graças pela canonização do nosso patrono S. Nuno!
A cerimónia será realizada já no dia 8 de Novembro na Batalha e está aberta a todos. Mais informações já a seguir...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Biblioteca

Em 1938, foi publicado o livro "Aves e Animais em África" (Birds and Beasts in Africa). Este livro contém uma série de histórias acerca dos animais que B.-P. teve oportunidade de conhecer durante os muitos anos em que viveu em África. Tem também um conjunto de pequenos apanhados acerca da vida local e das actividades que B.-P. tinha oportunidade de fazer enquanto passeava.


Uma das características que mais gosto no livro tem a ver com as pinturas que B.-P. fez enquanto esteve alojado em Paxtu e que partilha com os leitores. As várias pinturas incluem:

uma vista do Monte Quénia ao fundo


uma vista do mercado local


uma pintura da casa de B.-P.



uma vista a partir da varanda da casa de B.-P.

Cada uma das pinturas tem uma pequena história associada, que ajuda a colocar em contexto o que se vê... Além disso, o livro também tem alguns dos famosos desenhos a preto e branco com que B.-P. ilustrava os seus livros... Sem dúvida que vale a pena passar os olhos por este livro!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Tuit"-adas do Mocho

- Continua a diversão em Kandersteg...
- Ideias precisam-se para a Carta de Deveres do Homem...
- Dia Mundial da Ajuda Humanitária vê a luz pela primeira vez...
- Vamos juntar-nos?
- E que tal contribuir para tornar o nosso país um pouco melhor?

Oficina do Mocho - Jogos

O jogo de hoje faz também parte do livro Jogos para Escuteiros ("Scouting Games"), escrito por B.-P. em 1910. Intitula-se "O fantasma" e faz parte da secção "Jogos nocturnos".
Este jogo deve ser jogado no campo à noite. Dois escuteiros partem numa determinada direcção com uma lanterna. Assim que passarem 2 minutos, o resto dos escuteiros partem em perseguição. O portador da lanterna deve mostrar a luz a cada minuto que passe, mantendo-a escondida o resto do tempo. Os 2 escuteiros devem alternar no transporte da lanterna, podendo ajudar-se mutuamente. No entanto, qualquer um deles pode ser capturado. O escuteiro que não tem a lanterna num determinado momento pode misturar-se com os perseguidores sem ser reconhecido, para semear a confusão. Eles devem combinar certos sinais entre si para não serem apanhados. Assim que a lanterna for apanhada, o jogo termina.

domingo, 23 de agosto de 2009

Oficina do Mocho - Plantas e árvores (Oliveira)

A Oliveira (Olea europaea) é um das árvores mais abundantes em Portugal. As árvores são baixas com uma casca grossa e retorcida e podem atingir idades muito avançadas. Estima-se que existam algumas oliveiras em Israel e na Palestina com cerca de 2500 anos de idade!
É uma árvore de folha perene (quer dizer que nunca perde completamente a folha), cujo fruto - a azeitona - é dos mais apreciados a nível mundial.




É precisamente do seu fruto que é extraído o azeite, a gordura vegetal por excelência. Esta gordura, além de ser a mais saudável a nível alimentar, também dá um sabor característico aos cozinhados.
As folhas são adstringentes e antisépticas. Para usar, esmagar 2 mãos cheias de folhas e colocar em água a ferver (250ml) e deixar evaporar até aos 200ml. Se for bebido, pode ajudar a baixar febres. Aplicado externamente, tem propriedades anti-sépticas.
A madeira de oliveira é dura e compacta, sendo difícil pegar-lhe fogo. No entanto, assim que começa a arder, dura muito tempo e liberta muito calor (tem muitos BTUs). Além disso, liberta um cheiro agradável enquanto arde.
Esta madeira também é muito utilizada na produção de utensílios devido à sua cor, durabilidade e toque suave. A preparação da madeira envolve bastante trabalho, pelo que não existe uma produção em grande escala com este material. Devido ao tempo que estas árvores demoram a crescer, nunca devemos abater oliveiras! Toda a madeira que recolhermos deve ser retirada de árvores mortas ou que já tenham sido abatidas previamente.

Baú de Memórias - o Jamboree de 1929

Em 1929 celebrou-se o terceiro Jamboree Mundial, juntando cerca de 50.000 participantes de 42 países diferentes! Ficou conhecido como o "Jamboree da Maioridade" já que, à altura, se celebravam os 21 anos do Movimento (idade legal de maioridade no Reino Unido naquela altura).
O acampamento teve lugar em Arrowe Park, na área de Birkenhead. O local foi providenciado sem custos pela Corporação local.




Segundo a descrição de R.H. Kiernan em 1939, "...de barco, comboio, avião e estrada, os Escuteiros avança, em direcção a Arrowe Park. Os Indianos caminharam centenas de milhas através das montanhas e selvas para chegarem a estações de comboio; os Alemães vieram à boleia desde Grimsby; os escuteiros pobres Ingleses chegaram a Birkenhead a pé de muito longe; e alguns Americanos chegaram de Plymouth num vagão de comboio".




Além de celebrar a maioridade do Escutismo, este Jamboree tornou-se um marco pelo elevado número de participantes internacionais e pelo ambiente de fraternidade e amizade que se criou entre os participantes. Em termos organizativos foi um sucesso total, apesar da forte chuva que se fez sentir. De facto, ainda hoje se fala do "Jamboree da Chuva"!




O Jamboree terminou com uma Marcha de Despedida ao Escuteiro-Chefe Mundial. Escuteiros de todas as nações, ombro a ombro em filas de 25 elementos, marcharam com as suas bandeiras e os chapéus na ponta das varas numa animação ruidosa. No fim os escuteiros formaram uma grande roda - a "Roda da Amizade" - ao redor de Baden-Powell. Começou então o discurso final de B.-P.: "Aqui está o machado da guerra, da inimizade, dos maus sentimentos, que agora enterramos em Arrowe Park" - disse B.-P., enterrando um machado num barril de setas douradas. E continuou de seguida: "De todos os cantos do mundo vocês viajaram até este grande encontro de fraternidade e irmandade mundial. Hoje envio-vos de Arrowe Park para o mundo, levando o meu símbolo de paz e fraternidade. Cada um de vós é meu embaixador, levando a minha mensagem de amor e fraternidade nas asas do sacrifício e do serviço aos confins do mundo. Daqui em diante, o símbolo escutista da Paz será a Seta Dourada. Levem-na depressa e longe, para que todos os homens possam conhecer a irmandade do Homem".


De seguida, Baden-Powell enviou quatro setas douradas aos quatro pontos da bússola, tendo sido passadas de mão em mão através das nações do mundo. Caiu um grande silêncio. A sua mensagem final foi dada:



"Quero que todos vós leveis para os vossos países uma boa impressão da Grã-Bretanha e de todos os rapazes que aqui conheceram e das pessoas que tentarem ser boas para convosco. Claro que qualquer asno pode ver os pontos negativos numa pessoa ou num país, mas um bom escuteiro procurará os aspectos positivos noutras pessoas. Quero que se lembrem dos aspectos positivos em nós e se esqueçam dos negativos. Digam aos vossos amigos nos vossos países todo o bem que puderem sobre nós, para que todos possamos pensar melhor uns dos outros. Partam daqui como embaixadores da boa vontade e da amizade. Cada um de vós, escuteiros, não importa a idade ou tamanho, pode espalhar boas palavras sobre este país e sobre os que aqui conhecestes. Só posso mais dizer "Adeus a todos vós…" Entretanto, tentem continuar o vosso trabalho escutista. Tentem ser melhores escuteiros do que o normal. Tentem ajudar outros rapazes, especialmente os mais pobres, a virem e a serem felizes, saudáveis e uns cidadãos úteis como vós próprios. E agora, adeus e que Deus vos abençoe a todos".

As novas tecnologias no Escutismo

As novas tecnologias têm invadido a nossa vida de uma forma cada vez mais inevitável. Com o advento da Web2.0 a oferta tem aumentado exponencialmente, o que leva a um maior potencial de exposição do Movimento.

Para os Dirigentes que contactam directamente com os jovens, esta nova realidade implica uma actualização constante sob pena de passarmos a "falar" linguagens diferentes! Outra tentação a evitar será a de "fazer" Escutismo ao teclado de um computador!

No entanto, não se pode negar que a utilização das "novas tecnologias" poderá trazer alguns benefícios interessantes. Nomeadamente no que diz respeito à difusão mais alargada e rápida da informação, à criação de grupos de interesses entre elementos que estejam à distância (e que de outra maneira não se poderiam contactar) e à maior difusão da mensagem escutista.

Claro que tudo isto não pode, nem deve, substituir o que é a essência do Escutismo... Poderá ser introduzido como parte de um novo Sistema de Progresso?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

biblioteca

O livro de hoje foi o penúltimo escrito por B.-P., já aos 82 anos de idade em Paxtu, a sua moradia final, no Quénia. Em muitos aspectos, este livro parece fazer um compêndio de muitas das coisas que foi escrevendo ao longo da sua vida. Na sua capa podemos observar uma imagem de um explorador a remar a sua própria canoa!
B.-P. explicou, mais tarde, que que esta escolha de título serviu como uma mensagem para todos os Escuteiros, mas que seria mais adequada para outro dos seus livros - "A caminho do Triunfo" (Rovering to Success) - que descreve uma viagem de canoa num dos seus capítulos.

Durante o livro Baden-Powell tenta passar a mensagem aos Escuteiros de que devem estar preparados para tratarem de si mesmos. Ao contrário dos livros anteriores, este livro é especificamente escrito para um público mais jovem, com recurso a desenhos mais "humorísticos".

O facto de ter sido publicado em 1939 também faz com que haja uma preocupação óbvia com o ambiente tenso pré-Segunda Guerra Mundial. Isto fica bem claro nos conselhos enviados aos leitores acerca do "Dever do Serviço".

"Certa vez tive um exercício de natação para homens e cavalos com o Regimento. Como é óbvio, apenas homens que soubessem nadar deviam participar. Para nosso horror e espanto, um dos homens quase se afogou. Quando ele foi assistido e reanimado, perguntamos-lhe se sabia nadar. Ele repondeu "Não", mas como todos os outros pareciam conseguir ele foi atrás e descobriu que não conseguia!

Se quiseres ter sucesso na tua vida, tens de saber ler e escrever e não o consegues sem antes ir à escola para aprender. Do mesmo modo, se quiseres ser uma pessoa útil e salvar vidas ou fazer serviço público, tens de aprender e praticar antes, tornando-te um Escuteiro.

Estou muito contente que, em todo o lado, os Escuteiros estão a preparar-se para serem úteis caso sejam chamados ao Serviço".

Estou, neste momento, a fazer a tradução do livro para português... Com tempo e alguma paciência, se houver interessados posso colocá-lo online.

"Tuit"-adas do Mocho

- Suécia já sente a vibração do Jamboree Mundial...

- Criatividade precisa-se para o
Ano Europeu do Voluntariado...

-
Fescut volta a dar música...

- Caminheiros
"retiram-se" em oração...


Oficina do Mocho - Jogos

O primeiro jogo desta rubrica foi publicado pela primeira vez no livro escrito por B.-P. intitulado "Jogos para Escuteiros" (Scouting Games), publicado em 1910. O livro foi dividido em vários capítulos, cada um dedicado a um grupo diferente de jogos. O jogo de hoje pertencia à categoria "Jogos Escutistas" e chama-se "Números".

Números
"Este jogo é fantástico para treinar a observação e ensinar a arte de se movimentar encoberto. Cada escuteiro tem um número com três algarismos preso na frente da camisola ou do chapéu. O número deve ser escrito bem grosso e deve ser visível a uma distância de 50-100 metros. O grupo é dividido da seguinte forma: duas ou três Patrulhas são colocadas a 300 m do campo e instruídas a avançar sem serem vistas.
Dado que o trabalho de defesa é mais simples que o de ataque, apenas uma Patrulha fica a defender o campo. Quando os atacantes avançam, os seus movimentos devem ser observados pelos defensores que, tendo escolhido um bom esconderijo (de modo a que os seus números não sejam visíveis), esperam que os atacantes avancem. Enquanto os números não forem vistos, os elementos estão fora de alcance. Quanto mais os atacantes se aproximam, mais cuidadosos devem ser de modo a que o seu número não seja visto. Como é óbvio, um bom escuteiro espreita sempre pelo lado dos obstáculos e não pelo cimo de um arbusto ou rocha. Do mesmo modo, ele deve estar sempre atento, pois não se podem tirar os chapéus nem tapar o número de qualquer forma. Se os defensores conseguirem ver o número, eles gritam-no e o árbitro escreve-o num papel. Os atacantes também podem gritar os números dos defensores que se mostrarem, sendo os mesmos anotados pelo árbitro. Quando as patrulhas estiverem separadas por menos de 50 metros, os árbitros devem nomear os nomes dos que foram atingidos, sendo estes retirados da batalha. Quando o comandante dos atacantes achar que já estão suficientemente perto, ele dá a ordem de “Carga” e os atacantes avançam o restante espaço a correr, enquanto os defensores devem gritar o maior número possível de números que conseguirem. Se os atacantes atingirem o campo com mais homens que os defensores sobreviventes, os primeiros ganham o jogo. No entanto, se a carga final for um desastre e os atacantes forem apanhados, os defensores ganham a batalha".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Baú de memórias - o "primeiro" acampamento de escuteiros

Todos já ouviram falar do primeiro acampamento experimental em Brownsea. No entanto, poucos terão ouvido falar do que foi, verdadeiramente, o primeiro acampamento escutista!
O acampamento, propriamente dito, realizou-se entre os dias de 22 de Agosto e 4 de Setembro de 1908 perto do vilarejo de Humshaugh.
A preparação da actividade, no entanto, começou bem antes disso numa edição da revista "Scout" no dia 18 de Abril de 1908...
Aí, perguntava-se aos rapazes: "Quem, de entre vós, quer passar uma quinzena debaixo de uma tenda com uma Patrulha de rapazes, sob o cuidado do General Baden-Powell? Haverá algures um rapaz cujo coração não fique aos saltos com esta ideia"?
Segundo a mesma revista, todas as despesas estavam incluídas (alimentação e transporte) e prometiam-se as melhores férias de sempre! A revista organizou uma competição baseada em votos para escolher os 30 participantes, o que se tornou num sucesso! O primeiro participante acumulou cerca de 29 mil votos!
B.-P. escreveu nessa altura: "...estou muito ansioso para realizar mais um acampamento este Verão (...) para praticar Escutismo e a vida ao ar livre (...). Eu aceito rapazes de qualquer classe. Sejam de Eton (N. do T., escola elitista de Inglaterra) ou dos bairros de lata do East End. São todos iguais para mim (...) desde que estejam dispostos a trabalhar no Escutismo".

Os rapazes foram organizados em 5 Patrulhas (Cangurús, Maçaricos, Corvos, Touros e Mochos). Além disso, foi criada uma Patrulha extra - a Lobo - cujos membros foram convidados a participar. Ao todo, 36 rapazes acabaram por participar no evento.

As actividades realizadas em campo incluiam actividade física, visitas a locais históricos das redondezas (incluindo ruínas romanas), banhos no rio, construção de abrigos, pioneirismo, construção de fogueiras, utilização de mapas e bússolas...

Uma das situações mais caricatas envolveu Donald Baden-Powell, sobrinho de B.-P. que, para se abrigar da chuva forte, se escondeu debaixo do colchão de folhas tendo sido dado como desaparecido durante algumas horas! Claro que o caso foi imediatamente utilizado no Fogo de Conselho!

Os Fogos de Conselho eram já, nesta altura, uma das alturas mais características do acampamento. Henry Holt (um dos participantes) relembra: "Durante o Fogo de Conselho ele (B.-P.) era fantástico e mantinha o ritmo elevado com as canções e as estórias." "Uma quantidade enorme de talento foi aparecendo à medida que o acampamento decorria..." Reportagem na revista "The Scout", em Setembro de 1908. O acampamento em Humshaugh foi planeado para ser um modelo não apenas para os que já eram escuteiros mas também para os restantes jovens. Foi preparado para mostrar todas as potencialidades do Escutismo. No início do ano de 1908, o Escutismo estava numa fase muito inicial do seu desenvolvimento. Quando se chegou ao fim do ano, já existiam mais de 50.000 escuteiros registados na Grã-Bretanha!

A partir deste momento, o Escutismo começou a proliferar por outros países, principalmente os que tinham contacto directo com a Grã-Bretanha. Mas essa história fica para outra altura!

(fotos retiradas de Scouting Milestones)

"Tuit"-adas do Mocho

- Membros dos Centros Escutistas Internacionais reúnem-se para celebrar um dia especial...
- Escutismo ajuda a diminuir a distância inter-religiosa...
- CNE mostra-se ao público...
- Escuteiros rumam a Taizé...
- Em 2010, o Moot vai arrancar...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Oficina do Mocho - árvores e plantas (Salgueiro)

Salgueiro é o nome comum das plantas do género Salix. É um género com inúmeras espécies distribuídas em climas temperados e frios (não se encontra em perigo de extinção). É muito comum nos parques e jardins. Apesar de poder variar no porte, a árvore típica tem ramos longos e pendentes. Os salgueiros são das árvores mais características da beira-rio.




Já durante o século V a.C., Hipócrates referia um pó amargo extraído da casca do salgueiro que poderia aliviar dores e reduzir febres. Os índios nativos americanos também as usavam para combater a dor de cabeça, febre, dores musculares, reumatismo e calafrios. O reverendo Edward Stone, um vigário de Chipping Norton em Oxfordshire, Inglaterra, relatou em 1763 que a casca do salgueiro reduzia a febre. Esta sua propriedade advém do extrato activo, chamado salicina, e que está presente na casca do tronco ou nas folhas jovens. É a partir deste extracto activo que se pode produzir a famosa aspirina (ácido acetilsalicílico). Além disso, a infusão de folhas de salgueiro pode ser utilizada sobre feridas.
Em campo, podemos aproveitar estas propriedades do salgueiro mascando directamente as folhas jovens do salgueiro ou fazendo uma infusão das folhas, que pode ser bebida (no caso de febre ou dores) ou aplicada nos locais afectados (no caso de ferida).




A madeira de salgueiro é bastante fácil de trabalhar, leve e faz boas varas. A madeira também tem um veio característico que faz com que seja muito bonita quando trabalhada. Os seus ramos, após preparação dos vimes, são muito utilizados na cestaria e mobiliário. A madeira de salgueiro não é boa para lenha. Dado ser uma madeira muito leve, arde rapidamente (tem poucos BTUs) e não faz boa brasa. Além disso, crepita muito o que aumenta o risco de incêndio quando utilizada numa fogueira.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Que imagem passamos?

Qual é, afinal. a estratégia de comunicação do CNE? Como passamos a nossa imagem para o exterior? Será que "vendemos" bem o peixe?
Quando olhamos para exemplos no estrangeiro aqui e, principalmente aqui... verificamos todo o esforço de comunicação que deve ser feito no sentido de passar a mensagem de uma forma eficiente.
No CNE o ênfase tem sido dado ao papel individual do Dirigente na representação do Movimento junto das instituições externas. Não se quererá um papel mais activo? Uma intervenção mais pró-activa no sentido da promoção do Escutismo e das vantagens que encerra? E que tal a criação de uma Equipa de Comunicação que trabalhasse a imagem do CNE de um modo coordenado?

Jornal de Parede

A ENCC (Equipa Nacional dos Caminheiros e Companheiros) está a dinamizar o Boletim Mensal da IV Secção: ENC'Caminho...

Os 2 primeiros números já viram a luz do dia!

ENC'Caminho nº1

ENC´Caminho nº2

Quem quiser receber directamente o boletim pode enviar um mail à equipa responsável

biblioteca

Continuando pelo livro "B-P`s Outlook", desta vez algumas palavras dedicadas aos Guias de Patrulha...

"Os melhores progressos são alcançados naqueles Grupos onde o poder e a responsabilidade são realmente postos nas mãos dos Guias de Patrulha. É o segredo do sucesso de muitos Chefes, que conseguem ter meia dúzia de Guias de Patrulha a fazerem realmente o seu trabalho, como se fossem Chefes Adjuntos. Os Chefes têm assim mais facilidade em promover o aumento dos efectivos nos seus Grupos, começando novas Patrulhas ou angariando aspirantes para as que já existem. Cria grandes expectativas em relação aos teus Guias de Patrulha, e nove em dez vezes eles estarão à altura; mas se andares sempre a tomar conta deles, e a não confiares que façam as coisas bem, nunca conseguirás que façam as coisas por sua iniciativa".


Baden-Powell, Junho 1910

Jornal de Parede

Está a ser preparada uma actividade orientada para Caminheiros intitulada JANG - Impele a tua!
A organização está a cargo do Clã 14, do Agrupamento 697, Rossio ao Sul do Tejo.
As inscrições são limitadas mas, quem gostar de actividades que "metam água" não pode deixar passar esta em claro!

próxima paragem...Rossio

Está em curso mais uma iniciativa interessante por parte da Junta Central... O Rossio pretende ser um espaço de aprendizagem dirigido a Dirigentes e Caminheiros, cobrindo uma série de áreas essencias... O programa, ficha de inscrição e oficinas já estão disponíveis para quem estiver com o "bichinho" de aprender mais alguma coisa! Vamos até Cascais?

domingo, 16 de agosto de 2009

Oficina do Mocho - árvores e plantas

Com esta entrada, damos início a uma série de "oficinas" onde serão tratados uma série de temas relacionados com técnicas escutistas.
O primeiro tema tem a ver com a vida em campo e de que forma podemos utilizar as árvores e plantas que estão à nossa disposição.



Dente-de-leão (Taraxacum officinale)


O dente-de-leão é a planta mais conhecida do género Taraxacum. As propriedades medicinais da planta já são conhecidas há muitos séculos, nomeadamente: a raiz é usada como tónico, purificadora do sangue, indicada para reumatismos, como diurético, laxativo e para facilitar a digestão e estimular o apetite. Além disso, contribui para aumentar a produção de bílis e como tal é adequado para os problemas de fígado e vesícula. O chá preparado a partir das folhas ou das raízes é indicado à hipertensão e deficiência cardíaca.

O que talvez não seja tão conhecido é a sua utilização como alimento. De facto, esta erva é muito nutritiva e com importantes propriedades. É particularmente rica em vitaminas, minerais e certas proteínas. O seu conteúdo de carotenóides é extremamente elevado, o que se reflecte no seu alto valor em vitamina A (mais alto do que o da cenoura). Para além disso, o dente-de-leão é rico em vitamina C, assim como cálcio, potássio e ferro. Uma chávena da planta fornece a mesma quantidade de cálcio do que meio copo de leite!
Todas as partes das plantas podem ser utilizadas: folhas, flores e raízes. As flores podem ser consumidas em saladas quando ainda jovens e as raízes podem ser retiradas do solo no Outono e secas ao sol ou no forno para guardar para o Inverno. As folhas são colhidas na Primavera até ao final de Maio. As folhas jovens têm um sabor mais suave, que se vai tornando amargo à medida que a planta cresce, podendo ser comidas cruas em saladas ou cozidas como espinafres ou grelos.
Atenção: nunca se devem comer plantas que estejam em contacto com pesticidas sem as lavar muito bem!
O uso de plantas para fins medicinais deve ser feito apenas por pessoas com muita experiência ou por indicação do médico!
Bom proveito!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Dimensão internacional do Escutismo

Desde o momento da formação do Movimento que Baden-Powell teve consciência das potencialidades que o mesmo teria a nível internacional. De facto, já em 1911 B.-P. escrevia na revista "Scouter":

" Os diferentes países - 12 ao todo (N.do T., os países que, à data tinham adoptado o Escutismo) que adoptaram o Escutismo para os seus rapazes estão agora a formar uma aliança de amizade connosco de modo a praticar uma troca de ideias, correspondência e visitas e, assim, promover um sentimento de simpatia entre as gerações futuras.

A paz internacional só pode ser alcançada se for construida num único alicerce: o do desejo de Paz por parte das pessoas com uma força tal que os seus Governos se vejam forçados a agir dessa forma. Se o preço de um navio de guerra fosse disponibilizado para que pudessemos desenvolver este espírito de amizade e camaradagem internacional, acredito que os Escuteiros pudessem fazer mais pela Paz internacional que todos os navios de guerra juntos".

Um pouco mais tarde, B.-P. escrevia: "Mas, acima de tudo, os espíritos de camaradagem internacional e de boa-vontade que são cultivados nestes campos (N. do T. - Jamborees) já se estão a tornar numa força a nível mundial, algo que, há dez anos atrás, ninguém poderia prever".

Setembro 1932



O CNE, a nível da sua Secretaria Internacional tem vindo a desenvolver uma política de incentivo à realização de actividades internacionais, quer seja através de uma série de oportunidades, quer seja através da criação da figura do Interlocutor Internacional (II).
Tal como em muitas outras áreas, parece-me que o principal problema reside a nível local. Se a informação (ou melhor, a motivação!) não chega ao Agrupamento, dificilmente se conseguirão resultados abrangentes. Como fazer ver a importância e abrangência de uma actividade internacional a alguém que viva "preso" dentro das "paredes" de um Agrupamento?
Concedo que a figura de Interlocutor ainda é muito recente para ter dado frutos... mas será suficiente? Por onde deverão passar as próximas iniciativas?
Na minha opinião teríamos muito a ganhar se se trabalhasse no sentido de:
- Tornar os processos mais rápidos;
- Diminuir distâncias entre a Secretaria Internacional e as Secções;
- Sensibilizar directamente os principais interessados (os elementos);
Como exemplo do que me parece uma boa prática, gostaria de referir a presença da Secretaria Internacional junto do Acampamento do Núcleo Centro Norte (ACACENORTE), durante um fim-de-semana. Sem dúvida proveitoso e de incentivar!
Se B.-P. já o referia no início, neste momento, em que vivemos num tempo de globalização e comunicação parece-me que, cada vez mais, o Escutismo terá tendência a criar pontes entre os diferentes países...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

biblioteca

Em 1941 a Boy Scouts Association do Reino Unido reuniu, num único volume, um conjunto de citações e escritos de Baden-Powell para a revista "Scouter". O objectivo seria o de "criar um registo permanente dos seus escritos, não apenas para aqueles que lembram o seu auxílio com gratidão mas também para beneficiar todos os virão a seguir e precisam de encorajamento". Esse livro ficou conhecido como "BP`s Outlook". Fica abaixo transcrita uma pequena parte. "Num acampamento muito pode ser feito pelo exemplo. Vivemos junto dos jovens, somos observados e imitados inconscientemente por eles e, provavelmente, sem nos aperceber-mos disso. Se somos preguiçosos, também eles o serão. Se fizermos da limpeza uma obrigação também eles o farão. Se formos engenhosos a criar utensílios de campo, eles tentarão imitar-te, e por aí fora... Mas não façam o que deve ser feito pelos jovens. Deixem que sejam eles a fazê-lo: "quando queres uma coisa feita, não o faças tu próprio"; este deve ser o teu lema. Quando é necessário dar uma ordem, o segredo para que te obedeçam é que te expresses da maneira mais simples e fácil possível. Se juntares ao pedido uma explicação da razão para que o necessitas, a ordem será levada a cabo com mais vontade e inteligência. Se, além disto, juntares ainda um sorriso, tudo será feito com entusiasmo. Lembra-te que "um sorriso leva-te duas vezes mais longe que um rosnar". Uma palmada nas costas é um estímulo mais forte que um empurrão desajeitado. Espera muito dos teus jovens e, por norma, irás recebê-lo".

Baden-Powell Setembro, 1911



Muitas destas pequenas mensagens contêm algo que se mantem vivo passados quase 100 anos. Dentro em breve colocarei mais alguns extractos dos (vários) livros que Baden-Powell escreveu ao longo da sua vida.

vamos "dançar" ao som de um novo ritmo...

O RAP está aí! O CNE está em processo activo de renovação da sua oferta educativa. Para alguns o tema poderá não dizer muito mas irá tocar de perto a todos. A Flor de Lis publicou, recentemente, uma entrevista com o Ch Ivo Faria, coordenador de todo o processo. Abaixo fica uma pequena transcrição das partes mais relevantes.

DM: "O que é e porquê um programa de renovação do Escutismo"?

IF: "A Renovação da Acção Pedagógica (RAP) é a uma tradução não literal de “Renewed Aproach to Programme”, que significa exactamente “Renovação da Abordagem ao Programa”.Este é um projecto de renovação desenvolvido a nível internacional...repensarem o projecto educativo e a oferta pedagógica".

DM: "Quais são os objectivos de base do RAP"?

IF: "Achamos que era importante reforçar a acção...de educação não formal ou seja, na linha do aprender fazendo...(Tendo em conta forma) como trabalhamos nas quatro secções faltava algo que interligasse melhor as idades. Em Portugal, notámos que nas transferências ou passagens de secções perdíamos muitos elementos porque não se adaptam à secção seguinte".

DM: "Que inovações concretas introduz"?

IF: "Sem grandes desenvolvimentos, o RAP traz: uma proposta educativa para a associação; um novo sistema de progresso; um quadro simbólico e místico renovado; uma equipa de patronos renovada; modelos de vida para ajudar a enriquecer os imaginários das actividades e seis áreas de desenvolvimento pessoal".

Renovação Pedagógica

Alguns números e datas do projecto RAP

69 mil – número aproximado de escuteiros a nível nacional, segundo censos de 2008.

16 mil – número aproximado de escuteiros na Região de Braga, a mais numerosa do país.

94 – é o número de agrupamentos que a nível nacional estão a testar o RAP.

24 – número de agrupamentos na Região de Braga que estão a testar o RAP.

1 – Monserrate é o único agrupamento de Viana do Castelo que está incluído na fase piloto do RAP.

2001 – data do arranque do projecto em Portugal.

2003 – aprovada a definição dos objectivos.

2006 – aprovada a organização das secções.

2008 – início da fase piloto.

2009 – conclusão da fase piloto.

2010 – início da implementação em todos os agrupamentos

Como se pode verificar, o processo está bem lançado. Resta saber até que ponto se conseguirá transmitir toda a informação em tempo útil aos diversos níveis do CNE.

para continuarmos a acampar

Ainda no seguimento das situações de Gripe A em acampamentos, a Junta Central divulgou um plano de contigência para actividades... Vamos lá contribuir para diminuir os riscos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

rover

Já está a mexer o Rover2010! A actividade vai decorrer de 9 a 15 de Agosto do ano que vem, está a ser organizada pela Equipa Nacional dos Caminheiros e Companheiros e promete deixar marcas. Ser Caminheiro... nos Rumos do Homem-Novo! Próximos episódios já a seguir.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

até onde ir?

A situação recente que se verificou no Acampamento Regional em Arganil deve impor uma reflexão cuidada acerca das regras de segurança.
A verdade é que existe uma grande lacuna no CNE no que diz respeito a segurança em actividades. O esforço que está a ser desenvolvido pela Junta Central é de louvar, mas já vem com uns anos de atraso.
Acidentes acontecem. Os dirigentes (e o Movimento) estarão preparados para as responsabilidades civis?

III ACACENORTE

E pronto... já terminou. tal como um amigo disse: "Se se divertiram tanto como nós, então foi uma grande festa"! Para mais tarde recordar...

Actualização: quem estiver interessado em ver mais alguns momentos, basta entrar em contacto que eu faço chegar o resto das fotos!

Uma caminhada que começa

Há já bastante tempo que vinha pensando em tornar realidade uma "brincadeira" deste género... Sem compromissos e sem limites. Todos são bem-vindos! Uma canhota amiga